Regressando eu à cidade onde vivo atualmente, vinda da minha aldeia, e sem boleia desta vez, apanhei um autocarro que faz um percurso de 48 km até chegar ao meu destino.
Já há muito tempo que não apanhava este autocarro, já não me lembrava muito bem que estes 48 km sempre foram penosos, porque uma viagem que de carro se faz em 40 min. mais ou menos de autocarro demora-se cerca de uma hora por vezes até mais.
O autocarro para em todas as terriolas para deixar e apanhar gente, desta vez foi um pouco diferente. . .
Das 6 aldeias onde passa, só fomos a 5, e das 5 onde paramos, numa saiu uma pessoa, noutra não havia ninguém para entrar nem saiu ninguém, e nas 3 que se seguiram entraram 2 pessoas de cada aldeia.
O que quer isto dizer que há cada vez menos pessoas no interior e a utilizar este transporte que faz a ponte entre estas aldeias e a cidade mais próxima.
A aldeia onde nem sequer fomos, soube que só tem autocarro para esta cidade às segundas quartas e sextas, é uma aldeia com uma densidade populacional muito baixa, sendo maioritariamente os habitantes da mesma idosos, e não justifica a ida do autocarro todos os dias a esta aldeia, uma vez que nem sempre há pessoas para utilizarem este meio de transporte.
Lembro-me de há uns anos atrás de este autocarro encher e aí sim demorava-se á vontadinha 1h30 a chegar ao destino.
Os jovens vão saindo das suas aldeias, para cidades mais próximas e até mesmo para grandes cidades, à procura de oportunidades de uma vida melhor, e de melhores condições, uma vez que vivemos no interior e por aqui trabalho e emprego é coisa que não abunda.
O interior vai ficando esquecido neste nosso país, ficando também mais envelhecido, daqui a uns anos, estas aldeias, vão apenas ser aldeias fantasmas.
Também já fiz esse caminho algumas vezes e concordo é secante. Até de carro é, quanto mais.
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